
Ficava claro desde então que aquelas
palavras não se direcionavam apenas ao Chewbacca. Num dos mais belos momentos
de metalinguagem do cinema recente, Han Solo estava falando com a gente do lado
de cá da tela. Nós, os fãs. Nós que durante mais de 30 anos pensamos nunca mais
ver a Millenium Falcon voar em um novo filme de Star Wars, nós estávamos em
casa.
Poucas vezes trailers foram tão
honestos. O que Han Solo queria nos dizer é que o que estaríamos prestes a
assistir não era apenas um filme sobre batalhas espaciais, sabres de luz e
criaturas fantásticas numa galáxia muito distante. Era muito mais que isso.
Este era um filme sobre acreditar nessas histórias e ama-las como se fossem
reais. Um filme sobre nós, os fãs.
E isso só foi possível porque acima de tudo, Star Wars – O Despertar da
Força é uma fanfiction. Uma superprodução de 200 milhões de dólares, mas ainda
assim uma fanfiction. J.J Abrams, o fã por trás dessa empreitada, é um nerd
como todos nós. Um cara que na infância se apaixonou pela trilogia original e
cresceu para se tornar um dos mais bem sucedidos diretores/roteiristas/produtores
da Hollywood contemporânea.
Na ficção cientifica, J.J. Abrams já havia deixado sua marca ao criar
para a televisão seriados amados por uma legião de fãs como Fringe e
principalmente, o fenômeno Lost. No cinema, entre outros sucessos, foi responsável
por revitalizar outro ícone da cultura pop, Star Trek. Com Star Wars – O
Despertar da Força o ciclo se fecha e o fã tem a chance de resgatar o fascínio
por um universo que tanto o influenciou na infância e que foi tão importante
para a sua formação.
Este é o primeiro filme da franquia no qual seu criador, George Lucas,
não esteve envolvido. Sempre vamos amar George Lucas por tudo que ele criou,
mas a verdade é que em suas mãos já há algum tempo Star Wars não era mais Star
Wars. A trilogia de prequels que conta a história de como Anakin Skywalker se
tornou Darth Vader é tão cheia de erros que arranhou sua credibilidade com os
fãs.
Em algum lugar entre cenários digitais que cansavam a vista de tão
excessivos (precisava até a cachoeira ser em CGI, George?), atores mal
escalados ( Jake Lloyd? Hayden Christensen?
Por quê George? Por quê? ), novos personagens irritantes (Jar Jar Binks
não, George!), um casal romântico sem nenhuma química e intrigas políticas
chatas e confusas, o encanto se perdeu.
J.J. Abrams foi um desses fãs
decepcionados e ao receber o bastão do mestre, tratou de fazer tudo diferente.
Privilegiou os cenários reais e os efeitos práticos, reduziu o CGI ao mínimo
necessário, fez um excelente trabalho na escalação dos atores, equilibrou com perfeição
a apresentação de novos personagens cativantes com a volta dos protagonistas da
trilogia clássica, resgatou o humor, a leveza e a aventura. Trouxe enfim o
encanto de volta. 32 anos após o lançamento de Retorno de Jedi, Star Wars
voltou a ser Star Wars.
Para toda uma geração que acreditava nunca mais ter a chance de assistir
a um Star Wars de verdade na tela
grande, J.J Abrams realizou um sonho. E é por isso que após voltar muitas vezes
ao cinema para rever Star Wars – O Despertar da Força e sair de todas as
sessões com os olhos marejados, só podemos dizer: obrigado J.J. Você nos
representa.
(Texto escrito por Thiago Sardenberg, à pedido de Juliana Rodrigues. Thiago é escritor do livro No abismo da Paixão, diretor, roteirista e ator no filme Bromance, dramaturgo e ator principal da peça de teatro Sai de Mim, Julie Andrews. Formado em Cinema e completamente apaixonado pela arte de contar histórias.
Livro No abismo da Paixão em e-book pela Amazon: link de compra).
Livro No abismo da Paixão em e-book pela Amazon: link de compra).
Adorei disse td a primeira vez que vi foi o episodio dois fita kkkk adoro essa serie de filmes e ainda nao vi o novo por forca maiores lol feliz ano novo
ResponderExcluirhttp://estilodenerd42.blogspot.com.br/?m=1
Hahaha, a crítica para o novo está bem favorável.
ExcluirAbraços.