Sai apressada pela avenida
principal de Paris.
Tudo parecia tão triste e vago.
Não sei se essa era a realidade, ou a minha tristonha percepção do lugar onde
moro.
O céu estava em um cinza fraco,
mas que se olhado de longe poderia muito bem ser considerado fumaça de alguma
fábrica.
Arrumei minha touca sobre minha
cabeça e enfiei minhas mãos nos bolsos externos do meu casaco preto. Pessoas
riam à minha volta, casais de namorados se beijavam sentados em bancos da praça
que um dia para mim, fora o melhor lugar para se estar com alguém.
Ah, o clima parisiense me agrada.
Atravessei às pressas à rua. Do
outro lado do parque, as árvores apresentavam um aspecto medonho, de tão secas
e sem vida que estavam.
Caminhei mais um pouco. Algo
chamou minha atenção.
Em meio a tantas árvores secas,
encontrei algumas, uma fileira para dizer a verdade, de árvores com belas folhas
rosa e espessas, que acrescentavam um charme especial, que sempre admirei em
Paris.
Olhei para tudo aquilo encantada.
Não que árvores coloridas fossem
um motivo de felicidade para alguém que vive em Paris, mas naquele momento, para
mim, senti que era tudo que eu precisava.
Caminhei, sempre em linha reta,
passando pelas árvores coloridas. O seu brilho me encantava, mas talvez não
tanto quanto a cena que encontrei em seu final.
Um morador de rua e seu filho (
se engana quem pensa que em Paris também não exista pobreza) estavam em um
pequeno barraco, armado com alguns cobertores e madeira.
O menino sorria para o pai. Seu
sorriso era mais lindo que já vi. Em sua boca faltavam alguns dentes e estavam
amarelados, mas posso considera-lo bonito pelo simples fato de ser o único
sincero em toda a minha vida.
Ele abraçava seu pai com muito
carinho, um amor tamanho que há muito não via nas pessoas.
O pai desvencilhou-se de seu
filho, enquanto em meio a lágrimas dava seu último pedaço de pão para saciar a
fome de seu filho.
Eu fiquei olhando a cena
maravilhada. Outras pessoas passavam por eles, com seus narizes em pé e
ignoravam aqueles dois como se ali não estivessem.
Eles poderiam ser ignorados pela
sociedade, mas senti no fundo de meu peito que eles tinham o maior bem do
mundo.
Não em termos materiais, mas algo
pelo qual vale a pena lutar: o amor.
É disso que o mundo está em falta.
PS: Na minha página do face postei alguns textos antiguinhos meus, se quiserem ler, cliquem aqui. Postei esse lá e mais alguns outros que não estão aqui.
Esse texto criei ontem, pois, com a final da Libertadores eu não consegui me concentrar na história que estou escrevendo.
Peguei uma imagem do WeHeartIt e comecei a escrever algo que estivesse relacionado à ela.
O final foi bem diferente e inusitado, eu sei, mas espero que tenha ficado bom.
Um enorme beijo,
Juliana.
Oi Juliana!
ResponderExcluirAmei o texto, você escreve muito bem.
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Olha gostaria de saber se posso colocar lá no meu blog, com os devidos creditos sempre *--*
Pode colocar sim, ficaria muito feliz,
Excluirbeijos,
Juliana.