Faz tanto tempo que não entrevisto nenhum escritor, que já nem me lembro qual foi a última vez. Mas agora, voltando com tudo com o Quadro, trago uma escritora que conheci há pouco tempo mas já se tornou uma grande amiga, e tem um futuro lindo pela frente: Tatiane Rodrigues.
Foi através do Hangout Especial - Meus livros, meu refúgio! que tive a oportunidade de conhecer a Tati, e sua lindíssima (e inspiradora) história de vida sobre seus esforços para tentar realizar seu sonho de publicar o livro Prospecto.
No final, ela descobriu que o livro será publicado pela Editora Arwen, e finalmente, seu sonho está próximo de se tornar realidade. Ela, sem sombra de dúvidas, nos trouxe uma baita lição de que a persistência torna o improvável em possível.
Com apenas 16 anos, a autora que vive no interior de São Paulo já mostrou sua garra, e pelo visto, chegou para ficar. Super querida e simpática, a Tati tem tudo para ser uma grandiosa escritora. Desejo muito sucesso no mundo literário!
1.
Como foi seu primeiro contato com a leitura?
Quando
eu tinha onze anos e havia acabado de mudar de escola, minha professora de
Língua Portuguesa chegou à sala de aula com uma pilha de livros de nossa
biblioteca. Ela falara que quem terminasse a atividade, podia pegar um livro
para ler e até leva-lo para casa. Corri para a pilha, vasculhando como se
tentasse encontrar uma pedra preciosa, e achei “Reinações de Narizinho – vol.
1”, de Monteiro Lobato. A capa era linda e comecei a lê-lo na mesma hora. Por
mais que já tenha lido muitos livros infantis, aquele me cativou de tal maneira
que nunca mais parei.
2.
Quais autores são referências para o seu trabalho?
Sempre
cito o trabalho da J.K. Rowling. Ela é uma inspiração para mim, pois, além de
ser recusada por muitas editoras, jamais desistiu. Quando eu me desanimava,
assistia à “Magia além das palavras” e via o quanto Joanne batalhara para
chegar aonde chegou. Até mesmo a atriz que interpretara J.K, Poppy Montgomery
falara: “O filme é uma história bonita e inspiradora. Você pode ter tido uma
vida difícil e ainda assim transformar seus sonhos em realidade; o segredo é
ter sempre força de vontade e determinação”. E eu me agarrava a isso com todas
as forças.
3.
De onde veio a ideia para seu primeiro livro, Prospecto?
Sei
que isso parece um dos clichês da literatura, mas foi através de um sonho.
Nunca me lembro do que sonho a noite, mas aquele, em especial, estava nítido em
minha mente quando acordei. E assim, pus-me a escrever. Achara a ideia
fantástica e estava animada para continuar desenvolvendo-a. Sempre falo que
aquele sonho teve um propósito, e espero estar cumprindo-o.
4.
Fale-nos um pouco sobre ele.
A
história de “Prospecto” traz Daiane Campbell, uma adolescente de quinze anos
que sonha em ser escritora, mas que acaba vivendo sua própria aventura
fictícia. Descobre que possui um dom: viajar pelo Tempo. A partir de então,
deixando os livros de lado, ela ingressa em um novo desconhecido: o mundo dos
Guardiões. Mas quando esse universo está prestes a ruir, a leitora assídua se
vê entre diversas encruzilhadas, incapaz de decidir à qual lugar pertence e se
quer mesmo trilhar seu destino. Em meio à guerra, terá que descobrir: é realmente impossível vencer?
5.
Em quem você se inspirou na construção dos personagens?
As
personagens foram criando-se sozinha em minha cabeça. Elas gritavam para serem
ouvidas em minha mente, e eu apenas dei vida a elas. Não me inspirei em ninguém
para escrevê-las, porém admito: muitas delas têm características de pessoas com
quem convivo muito.
6.
Quanto tempo levou para escrever o livro?
Em
torno de um ano e meio, ou dois anos. Comecei o livro com treze anos, e na
época, eu sofria muito com a falta de incentivo. Quando iniciei “Prospecto”,
não contei a ninguém sobre a estória, apenas para algumas amigas, com medo de
que falassem novamente que não passava de um sonho bobo. Isso me prejudicou
muito, e fez com que eu demorasse a finalizá-lo. Também demorei muito na
revisão. Como fui evoluindo na escrita, sempre acabava voltando aos capítulos
anteriores, refazendo-os e acrescentando algumas coisas.
7.
Quais dificuldades encontrou no processo?
Além
dos mencionados acima, sou extremamente perfeccionista, e isso fazia com que nunca
achasse que o livro estava bom (risos). Havia momentos em que eu parava a
estória apenas para voltar aos capítulos anteriores e refazê-los. A insegurança
também me atrapalhou muito. Eu tinha muito medo, até por ser uma escritora bem
jovem, de que não ficasse bom ou de que no fim, fosse tudo em vão.
8.
Como você começou a escrever e quando?
Comecei
escrevendo fanfics quando tinha onze anos. Na época, escrevia sobre animes que
gostava muito: Naruto, Pokémon, Vampire Knight e depois, sobre Percy Jackson e
Harry Potter. Eu estava olhando em meu computador, esses dias mesmo, e há mais
de vinte e seis estórias diferentes! Eu postava-as em sites como o Spirit e o Nyah! e recebia muitos comentários. Muitas pessoas vinham falar
comigo dizendo serem as melhores estórias que elas já leram, e que eu devia
escrever um livro. E claro, foi como se o meu sonho de infância tivesse retornado
com força total. Sentei-me no computador e pus-me a escrever.
9.
Para você, qual a melhor coisa em escrever?
Saber
que você pode mudar o mundo. Nossas estórias podem passar diversas lições para
as pessoas, mesmo que elas estejam por trás de uma ficção, e essa sempre foi a
minha ideia. Com Harry Potter mesmo, aprendi muito sobre amizade, e isso fez
com que eu visse o mundo com outros olhos. A leitura transforma as pessoas. Sou
uma garota completamente diferente depois que conheci os livros. Eles foram meu
refúgio, e saber que o meu livro também pode ser um “esconderijo” do mundo real
para outras pessoas é indescritível. E quando você recebe mensagens
maravilhosas de leitores, te motivando e dizendo que se identificaram com a sua
história de vida? Não tem preço. É a melhor profissão do mundo.
10. Qual seu objetivo
como escritora?
Encantar pessoas. Sempre quis
escrever para transmitir boas estórias, fazê-las sorrirem, rirem com as
personagens e criar refúgios. Quando eu era pequena, já cogitei ser médica
apenas para ajudar as pessoas. E agora, mesmo sendo escritora, tenho o mesmo
objetivo. Os livros foram meu refúgio e mudaram a maneira de encarar o mundo.
Quero abrir os olhos de muitas pessoas. Quero mostrar o que é sonhar e que não
devem desistir. E claro, um dia, por mais que isso soe impossível, viver da
escrita.
11. Vi o Hangout em
que anunciaram que você foi aceita na Editora Arwen. Conte um pouco sobre como
conheceu a editora, e a importância de ter seu livro publicado por ela.
Conheci a Editora Arwen através da
página no Facebook, e logo me encantei pelo seu trabalho. O lema da Editora é
dar raízes aos nossos sonhos, e aquilo me encantou de tal forma que meu único
pensamento foi “encontrei a minha casa”. Depois de conhecer as autoras, meu
sonho de fazer parte dessa família foi só aumentando, e ela se tornou minha luz
no túnel. Eu vendi balas, chicletes, fiz rifas, tudo para conseguir publicar e
parecia um esforço em vão. A Arwen surgiu para me iluminar, sabe? Ela me deu
esperança, e esse era um sentimento que eu não tinha há algum tempo. Eu estava
desanimada, chateada e com medo. E então eles me deram essa notícia
maravilhosa! Foi a realização de um grande sonho. Foi tudo e muito mais. E eu
só tenho a agradecer por fazer parte dessa família. Porque a Arwen é exatamente
isso: uma família.
12.
Deixe um recado para os leitores do Ser Escritor(a)
Eu
gostaria de agradecê-los: por lerem essa entrevista, por apoiarem a Literatura
Nacional e por fazerem com que nós continuemos escrevendo. E se você também
quer seguir essa carreira, a minha dica mais valiosa é: não desista. Hoje,
lembrando-me da época em que eu vendia balas e chicletes apenas para publicar
Prospecto, parece até cômico. Eu falava “vou conseguir, vou conseguir, vou...”
para mim mesma até aquilo se tornar um mantra. E então, apareceu uma luz no fim
do túnel, quando achei que estava tudo perdido. Por mais que digam na sua cara
que isso é impossível, eu te digo: nada é impossível. Persista, insista e lute.
Assim como realizei meu sonho, você também pode realizar o seu.
Sobre a autora: Facebook pessoal
E, claro, curtam a página da Editora Arwen e fiquem por dentro das novidades!
Até a próxima,
Juliana Rodrigues.
Tati . a cada momento vou vendo que vc é um exemplo de pessoa .muitas pessoas que esta acompanhando seu trabalho estão tendo um proposito em continuar tentando e assim enfrentar as dificuldades que a vida os impõe , pois eu já me aperfeiçoei a você , persistente , determinada , guerreira ; é um prazer ter conhecido você .felicidades de coração
ResponderExcluirBem legal a entrevista com a autora. Apesar de não ser um livro que leria agora, achei interessante a premissa. Talvez dê uma chance ao livro futuramente.
ResponderExcluirDesbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de outubro. Serão seis livros para três vencedores.
Olá!
ExcluirO livro só será lançado ano que vem, então quem sabe possa entrar para a sua lista de futuros livros, hehe.
Até mais.
Achei legal a entrevista com a autora. E parabéns pelo blog, adorei.. já estou até seguindo. Bjs quando puder visita o meu lá.
ResponderExcluirhttp://www.quasecliche.com/
Olá! Obrigada ;)
ExcluirVisitarei o seu.
Abraços.