07/05/2015

|Resenha| Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas

Foto tirada enquanto eu deveria estar prestando atenção na aula. Faz parte! 

Editora: LeYa
Páginas: 438
Autor: Raphael Draccon 
Gênero: Ficção - Literatura juvenil 
Título: Caçadores de Bruxas 
Trilogia: Dragões de Éter
Sinopse: Nova Ether é um mundo protegido por poderosos avatares em forma de fadas-amazonas. Um dia, porém, cansadas das falhas dos seres racionais, algumas delas se voltam contra as antigas raças. E assim nasce a Era Antiga. 
Essa influência e esse temor sobre a humanidade só têm fim quando Primo Branford, o filho de um moleiro, reúne o que são hoje os heróis mais conhecidos do mundo e lidera a histórica e violenta Caçada de Bruxas. 
Primo Branford é hoje Rei de Arzallum, e e por 20 anos saboreia, satisfeito, a Paz. Nos últimos anos, entretanto, coisas estranhas começam a acontecer... 
Uma menina vê a própria avó ser devorada por um lobo marcado com magia negra. Dois irmãos comem estilhaços de vidro como se fossem passas silvestres e bebem água barrenta como se fosse suco, envolvidos pela magia escura de uma antiga bruxa canibal. O navio do mercenário mais sanguinário do mundo, o mesmo que acreditavam já estar morto e esquecido, retorna dos mares com um obscuro e ainda pior sucessor. E duas sociedades criminosas entram em guerra, dando início a uma intriga que irá mexer em profundos e tristes mistérios da família real. 
E mudará o mundo. 
 Aposto que muitos de vocês já terão lido esse livro - ou melhor, a trilogia toda -, afinal, Raphael os publicou há um bom tempo, e repercutiu muito bem Brasil afora, como um grande sucesso da literatura nacional em fantasia. 
 O livro destaca-se por criar - ou melhor, descobrir, como o próprio autor cita em uma parte -, o universo de Nova Ether, onde todos os contos de fadas juntam-se de forma magnânima, apresentando personagens mais fortes e intensos do que nas famosas historinhas de bardos. 
 De forma criativa, ele consegue encontrar explicações sobre o porquê de alguns fatos terem ocorrido nos contos que sempre nos deixaram instigados, como por exemplo, por que raios a mãe da Chapeuzinho deixaria uma menina de 9 anos andar sozinha pela floresta, para ir à casa de sua avó? Ainda mais, com um lobo perigoso a solta. #quemnunca. 
 Bem, o livro começa basicamente com a apresentação dessa personagem, o ocorrido e como ela foi salva e que aquele evento mudaria sua vida para sempre. Afinal, uma garota de 9 anos de idade, vendo sua avó ser devorada por um lobo grotesco, é de traumatizar qualquer um. Achei bacana a explicação que o Draccon deu para o chapéu dela ser vermelho (que na realidade, era branco no início, mas ficou vermelho de sangue da avó). A personagem é conhecida pelo nome de Ariane, e ela possui um carisma tão agitado, que foi difícil não me encantar com ela. Por inteiro! 
 A primeira parte, basicamente, explica a estória dos personagens e os apresenta. O barato do livro, é ir descobrindo quem são os personagens conforme os contos de fadas. 
 Os capítulos são bem curtos, o que acaba sendo uma jogada interessante. Sabe quando você começa a ler, e pensa: Só mais um capítulo? E quando menos percebe, já leu 100 páginas, e olhe lá. 
 A leitura é bem fluída, com um narrador onisciente. Percebe-se que o Raphael é mais do que um escritor. É um verdadeiro contador de histórias, pois em diversos momentos da narrativa, senti que ele estava realmente contando a estória para mim, e não simplesmente jogando os fatos. Essa aproximação de leitor com o autor cria uma sincronia tão interessante, que você se sente realmente parte de tudo isso. Ainda mais, com um capítulo especial que o Draccon escreveu, apresentando à si mesmo. Okay! Não vou dar spoilers sobre isso.  
 O livro todo é dividido em três atos, o final de cada um, puxando um gancho para o próximo. É o tipo de livro que se você pegar para ler mesmo (desde que você não tenha que trabalhar, estudar ou fazer um TCC), você lerá em um final de semana. Li em três semanas - ninguém precisava saber -, tendo terminado as últimas 30 páginas entre uma aula de português e uma de TGA. 
  A única crítica que tenho a fazer, é que em certos pontos, o narrador cortou alguns clímaxes bem intensos, para fazer alguma explicação aleatória sobre o assunto. Ou então, quando o narrador explicava basicamente tudo, não deixando nem pelo menos um pequeno mistério no ar. Mas são coisinhas bobas que dá para relevar. 
 No geral, se você ainda não o conhece, super recomendo. Confesso à você que em alguns momentos fiquei confusa, um tanto perdida e com vontade de abandonar tudo, mas o final fez valer a pena. E como uma amiga minha me disse uma vez, nessa trilogia, um livro é melhor do que o outro. 
 Sendo assim, que venha Corações de Neve, o segundo livro. 

2 comentários:

  1. Oi Juliana,
    Já li a trilogia e adorei. Cortar os clímaxes é uma característica do Draccon, ele faz isso em outro livro também rs. Achei fantástico o que ele fez com os contos de fadas, a mistureba que ele fez ficou muito boa.

    Abraços,
    Coração Leitor

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    Respostas
    1. Olá, Jéssica! Já reparei nessa característica, rs. Acabei o segundo livro (vou resenhá-lo também), mas notei que no segundo livre esse corte ficou bem melhor. O que contribuiu para a curiosidade.

      Até mais.

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