28/12/2013

Amor juvenil


Não tinha a intenção de me apaixonar por ti, mas você surgiu para mim como uma ventania inesperada, bagunçando-me e virando minha vida do avesso.
Logo eu que já havia perdido as esperanças no amor, e de um dia encontrar a pessoa correta.
Logo comigo, que acreditava tem um coração de pedra, mas a realidade, ele apenas era um grandioso gelo, que esperava ser aquecido com uma brasa forte para se derreter.
E foi exatamente o que você fez, com seu calor fora do normal, um poder sobrenatural exercido sobre mim.
Não poderei jamais esquecer do dia em que nos conhecemos.
Era início da Primavera, as flores irradiavam a paisagem com sua beleza, as árvores cortando o caminho formavam uma trilha, e nela, bancos para os casais mais calorosos.
Estava eu em um parque, completamente sozinha e perdida. Uma alma escura que exibia tristeza, em meio à paisagem tão colorida e alegre.
Talvez eu tentaria mais tarde comprar minha felicidade, com mais uma dessas coisas banais que se encontram em qualquer esquina, mas, mal poderia imaginar que o motivo que me devolveria o riso era outro.
Cruzando seu caminho com o meu, você andava distraído e com um sorriso inocente no rosto.
Suas bochechas se definiam ao rir, enquanto mexia de forma espontânea em seu cabelo preto, o qual entrava em perfeito contraste com sua pele clara.
Tirou o óculos de sol para secar o suor que lhe brotava no rosto, e pude ver em sua pupilas o mais pelo tom de azul.
Se aqueles olhos fossem dois oceanos, não importaria em afundar-me neles, até que eu pudesse ter seu olhar completamente para mim.
Em uma atitude drástica, pensei em me aproximar dele e tomar seus lábios aos meus.
Calma, guria!
Mulher de atitude é uma coisa, oferecida é outra.
Jamais!
Tentei desviar meu olhar, mas meu pescoço não pareceu colaborar. Era como se não houvesse em mim mais domínio sobre meu próprio corpo. Eu era atraída à ele de tal forma, mas não era apenas pelo físico.
Cabelos escuros e olhos claros sempre foram minha combinação chave, mas havia em suas atitudes algo a mais.
O sorriso tímido a brindar-lhe os lábios. Seu olhar perdido e vago, vagando sem rumo para nenhum ponto específico.
Decidi sair daquele lugar. Admirar sua presença não levaria à nada, nem tentar conter o coração que me parecia saltar do peito.
Segui a trilha ainda sem rumo, quando por um segundo, senti duas mãos firmes a me segurarem. Era o tal garoto.
Seu cabelo estava mais revolto ainda. Se os meninos soubessem o quanto um cabelo bagunçado poderia ser charmoso...
- Você esqueceu sua blusa. - Disse ele, me estendendo o colete que trazia.
- Obrigada. - Respondi, tentando não gaguejar.
Ele se virou. Não sei o que tinha ele de tão especial. Se era o hálito refrescante, o jeito tímido ou o sorriso fofo, apenas sei que quando me devolveu o colete, levou consigo parte da tristeza que me acometia.
Foi assim que nossa história se iniciou, o final, só o acaso poderá dizer.

P.S.: Escrevi esse texto há muito tempo atrás (talvez anos), mas decidi postá-lo mesmo assim, após achá-lo perdido no meio de um caderno velho. 

4 comentários:

  1. É.. O amor chega até nós de maneira inexplicável.. Amei o texto <3

    Um grande beijo,

    Juu-Chan || Nescau com Nutella

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  2. Amei o texto, Ju!
    Ei, quanto mais ou menos vc ganha com seus anúncios?
    Beijos.
    http://guiadaescritora.blogspot.com/

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    1. Oii Fer! Olha... como fui aceita no AdSense há pouco tempo, o ganho é quase "insignificante" ainda, hehehe.

      Beijoos.

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