14/04/2017

Epifania de sexta: Hoje pensei em lhe escrever


Estava naquela padaria que costumávamos ir aos domingos de manhã. Sentei no fundo, em uma mesa com duas cadeiras. Pensei em lhe escrever, pois queria saber como as coisas estavam para você, mas acabei deixando de lado, com medo de que me interpretasse errado.

Acontece que vivemos em uma época em que admitir saudade, é sinônimo de carência. Parece que devemos sempre demonstrar menos o que sentimos, pois mostrar o que se sente é abrir uma ferida esperando que o outro a cutuque e faça sangrar.

Bobagem de uma geração que precisa amar!


Estava sentada, pensando em tanta coisa que vivi nos últimos meses, e em como eu gostaria de poder contar tudo para você, sem nenhum impedimento. As vezes eu tenho a impressão de que o tempo corre depressa, e que não tenho vivido em toda a sua intensidade, mas sempre que penso no que fiz desde que o ano se iniciou, percebo que acumulei tantas histórias novas para contar.

Acho que essa é a maior ilusão da vida: sempre parece que não estamos vivendo o suficiente, mas quando pensamos em cada descoberta nova diária, dormimos com um saldo positivo em nossa conta.

Eu bebia um chá gelado preto com limão. Você pode muito bem imaginar quanta coisa mudou de uns tempos para cá. Acredito que amadureci um pouco, mas não posso garantir que minha maturidade vá muito longe. Estou aprendendo a me aceitar aos poucos, e vivendo um dia de cada vez, sem me afobar.

A vida é um constante aprendizado, e mesmo me sentindo presa no tempo, vez ou outra, eu sei que tudo está mudando.

Tudo muda. O tempo todo. Nós mudamos também. E talvez, seja essa a maior graciosidade da vida. 

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