Cada quarto tinha 5 habitantes, sendo que 4 já se encontravam ali quando eu cheguei. Eu era a última. Como sempre, a “atrasada”.
Capítulo 4 - A nova escola - Parte 2
- Ah! Mais uma! – disse
uma loira alta, entortando o lábio. – Eu sou Joanne. Faço questão de que
aprenda meu nome, embora eu não vá ficar aqui por muito tempo.
- Já vai embora,
Jo? Mas o ano letivo mal começou. - disse uma morena de cabelos lisos em uma voz melosa e enjoada.
- Sabe, Penny,
quando eu olho para você percebo que a inteligência está cada vez mais rara.
Infelizmente, no seu caso, inteligência passou longe. – disse Joanne. – O que
eu quis dizer é que minha mãe arrumará um quarto para mim lá em cima.
- Oh, a minha
também!
As duas saíram,
dando risinho bobos.
- Escolha uma das
três camas, já que as princesinhas vão para o quarto Premium. – disse uma
morena, de pele negra e cabelos cacheados. Seus olhos eram incrivelmente
verdes. – Oi, sou Ellen. –
ela disse, acenando em minha direção.
- Eu sou Nicole. –
uma loira de cabelo repicado e estilo rebelde disse, enquanto pegava um caderno
de capa preta e sua escrivaninha.
Ela sentou-se
delicadamente na cama, colocando as mãos nos joelhos.
- Então, conte-nos
sobre você.
- Você não é
delicada demais para o estilo rebelde?
- É um coisa
estranha. – ela respondeu, pensativa. – Eu tenho essa aparência mas sou
delicada. Minha irmã tem aparência delicada, mas é uma pessoa dura... vai
entender. – ela concluiu. – Mas você ainda não respondeu minha pergunta.
Fale-nos sobre você.
- Não tenho muito
o que dizer. – respondi, hesitando um pouco. – Nunca conheci meus pais, e, até
ontem eu morava com dois adultos que eu acreditava serem meus avós, mas na
verdade não eram...
- E ainda diz que
não tem nada de interessante a contar. – resmungou Ellen.
Eu lhe deu uma
piscadela e olhei ao redor do quarto.
As malas das duas
estavam ali, mas as minhas não... aquilo era muito estranho.
- Procurando algo?
- Minhas malas,
não as vejo por aqui.
- Devem ter errado
de quarto. Não se preocupe. Nenhuma mala nunca sumiu por aqui.
- Hum! – eu
exclamei, um tanto insegura, olhando pela janela para o lado de fora. – Ei, por
que tantos alunos novatos, como nós, estão chegando na escola, se ela estará de
férias em 20 dias? Alguma de vocês saberia responder?
- É claro que sim!
– Nicole logo se prontificou. – Quando saímos do Ensino Fundamental, logo somos
encaminhadas para a escola. Sendo ela muito grande, temos muitas matérias
mágicas somos enviados para cá alguns dias depois da formatura, e antes do
encerramento do ano letivo, para que possamos nos adaptar. Hoje ocorre a
inauguração dos andares Premium.
- Então, a
vantagem dele é que os alunos que nele morarem ficarão... sozinhos?
- Basicamente,
sim. Mas existem outras vantagens também como o tob...
- Conseguimos! –
anunciou Joanne, adentrando o quarto. – Meninas, estamos deixando vocês.
- Yes! – Ellen
exclamou, baixinho.
As duas pegaram
suas malas, e saíram rebolando.
- Pelo visto, só
sobraram vocês duas, meninas. – anunciou a monitora que eu vira lá fora, anunciando
sobre os quartos Premium. – Ah, oi! – ela exclamou, só agora notando minha
presença.
- O que quis dizer
com “só sobraram as duas”? – perguntou Nicole, dando vozes aos meus
pensamentos.
- Oh, sim! – ela
exclamou, conferindo a lista. – O quarto ficou apenas para as duas, já que três
das habitantes do quarto conseguiram quartos Premium. Mas não se preocupem,
logo novas colegas lhes serão enviadas.
- Não, você está
enganada! – exclamou Nicole. – Nós somos em três.
- Acho que esqueci
de avisar, mas o quarto Premium da Senhorita Dolman já está reservado.
- Reservado?! –
exclamei, estupefata. – Mas por quem?
- Essa é uma
informação a qual não possuímos acesso.
- Mas eu não quero
deixar este quarto. Não gosto de ficar sozinha.
- Você não pode
mudar. – a moça falou, seriamente. – Como o valor a ser acrescentado já foi
pago, você não tem como mudar.
- Mas deve ter um
jeito...
- Não. – ela
disse, firme. – Não sou eu quem constrói as regras. Eu apenas as sigo. Agora,
queira acompanhar-me, fazendo um favor.
- Mas...
- Não me faça
chamá-la outra vez! – ela exclamou, autoritária.
- Acredite, quando
a Mary insiste em uma ideia, ela não desiste! – afirmou Nicole. – Não é mesmo
mana? – ela lançou uma piscadela para a monitora, ou melhor, Mary.
- Então, tchau
meninas. – disse eu, me dando por
vencida.
- Até qualquer
outra hora. – disse Ellen, parecendo desapontada por me ver sair.
Eu realmente não
queria ir embora. Durante alguns
minutos eu senti que tivesse irmãs...
Ok, sem neuras.
Eu havia acabado de
conhecê-las, me ver separada delas não seria algo assim tão ruim.
Acompanhei Mary.
Algumas garotas saíam, afinal, ainda era de manhã.
Eu consultara meu
relógio: 08h45.
Acho que o tempo
passara rapidamente e eu nem havia me dado conta disso.
O caminho parecia
longo demais, mas estava melhor do que aquele túnel com cheiro de esgoto que eu
havia passado como caminho para o colégio.
Pelo menos meu
caminho atual tinha mais ar... e eu não sentia-me tão presa quanto antes.
O primeiro
corredor acabara agora.
Quando chegamos ao
fim, duas novas portas se encontravam. Nós entramos na da esquerda.
Uma enorme
escadaria se apresentava ali.
- Você se importa
se eu fizer uma pergunta?
- Você acabou de
fazer, e eu não me importei. - ela respondeu, dando de ombros. - Além do mais, estou aqui justamente para isso:
tirar dúvidas e orientar.
Ela poderia ter
dito apenas sim. Pensei, tentando me concentrar na pergunta que eu queria que
fosse feita.
- O que havia
naquela outra porta?
Ela me olhou de
esguelha, como se eu tivesse tido a oportunidade de fazer a pergunta perfeita,
mas havia desperdiçado.
- Um elevador. –
ela respondeu, sutilmente.
- E por que não
vamos por ele? - eu perguntei, deixando a preguiça falar mais alto.
- Andar faz bem,
até mesmo para nós. – ela respondeu de modo seco.
Das duas uma: Ou
ela agia daquele modo o tempo todo, ou não havia simpatizado comigo.
Aquela escola
realmente era imensa, pois estávamos andando no segundo corredor há alguns
minutos e o fim parecia não chegar nunca.
- Então, você está
aqui há muito tempo? – perguntei, tentando puxar assunto.
- Se você
considerar dois anos muito tempo. – ela respondeu, secamente.
Nós já tínhamos
chegado no andar Premium.
Ela ergueu uma
chave no ar, que foi parar na fechadura de uma das portas.
- Muitos novatos
não sabem disso, mas aqui não é necessário procurar pelos quartos. – ela me
informou. – Essa é uma das funções da chave.
- Espera! – eu
disse, tentando assimilar a nova informação. – Além de abrir portas as chaves
daqui também tem por função... encontrar qual porta deve ser aberta?
- Pensei que
tivesse deixado isso claro! – ela respondeu, lançando-me um olhar irritado.
Não respondi nada. Ela não é o tipo
de pessoa com quem eu gostaria de comprar uma discussão.
Entrei no meu novo
quarto.
Era, obviamente,
menor do que o anterior, mas tinha um espaço interno bem agradável.
Uma cama que
ficava no meio do quarto. Não tão perto da porta nem da janela.
Consultei meu
relógio de pulso. Ainda era cedo. Passava em poucos minutos das 9h00, não que
isso tenha grande importância.
O dia continuava
bonito lá fora.
Minhas malas
estavam ao lado da cama. Parecia tudo em ordem.
- Obrigada por me
trazer até aqui, ah...
- Me chame da Mary
Anne. – ela disse. – E essa é apenas a minha obrigação. – ela falou
mecanicamente, se virando para sair da sala. – Seja bem-vinda à escola!
Após dizer isso, ela
saiu.
Ela me parecia o
tipo de pessoa a qual sentimentalismo não lhe convinha.
Sentei na cama,
indecisa se abria as malas naquele momento, ou se esperava para aprender a
fazer isso com mágica.
Seria muito mais
interessante, embora eu ache que demoraria demais para isso acontecer.
Abri primeiro a
mala de livros.
Na escola havia
uma biblioteca, então muito possivelmente eu não usaria os meus.
Fechei-a e
coloquei embaixo da cama, junto com as outras malas de livros.
Abri uma mala com
sapatos e guardei-os em um espaço apropriado dentro do guarda-roupas.
Em seguida, abri
todas as malas com roupas, indecisa de onde as organizaria.
Após decidir e
guardá-las, me joguei na cama, cansada.
Arrumar o quarto
era sempre uma atividade cansativa para mim.
Ao lado da cama
estava um criado-mudo.
Abri sua primeira
gaveta. Parecia o espaço ideal para guardar algum livro.
Ia fechá-la, mas
percebi que algo estranho acontecia.
O fundo da gaveta
parecia solto.
Abri-o.
O espaço era
pequeno, mas parecia perfeito para guardar o diário de Sarah Dolman. Abri todas
as malas. Eu havia guardado o diário no fundo de uma das malas de roupa e não
me lembro de ter tirado-os.
Revirei todas as
malas mas nada encontrei.
Até que a verdade
se abateu sobre mim? Eu havia perdido o diário de Sarah Dolman.
- Você acabou de fazer, e eu não me importei.
ResponderExcluirkkkkkkk, essa Mary Anne ainda vai dar o que falar, kkkkkkkkkkkk
A Natalie está ferrada agora que ela perdeu o diário, espero a continuação, beijoooosss
Olá Mari, realmente as coisas não ficarão tão bem... ou quem sabe fique? Rs, muitas surpresas aguardam,
Excluirbeijoos.