Dois
dias depois de completar dezesseis anos. E um dia antes, um primeiro
encontro. – Eduardo estava desesperado. Após levantar-se da cama, vestir-se e dirigir-se ao toalete, contemplava estupefato, perante o espelho a face nua que
na noite anterior recordava lisa e sem nenhuma imperfeição, a qual apresentava agora
uma oscilação, que em sua opinião equivalia quase a uma elevação vulcânica: Uma
espinha.
Felizmente
quanto aos estudos no colégio, estava dentro da semana de férias anuais de
julho. Não precisaria se preocupar com os comentários inoportunos ou os apontamentos
e perguntas do tipo. – Nossa que espinha enorme. – Credo isso está horrível.
Entre outras mais, provocações e zombarias... No entanto, por outro lado, tinha
já definido e agendado um encontro.
–
O que fazer. Tímido e receoso por natureza e agora para sobrecarga da beleza com
uma espinha enorme no rosto... – Como seria sua aparição junto à garota no dia
seguinte, pensava. Já estava tudo acertado que tomariam um café juntos. Convite
esse que ele fez, depois de muitos rodeios e tentativas infundadas de ir falar
com ela. E agora depois de todo o esforço como que apareceria com aquilo no
rosto?
–
Conclui consigo, por fim, que ela não poderia vê-lo de modo algum daquele
jeito. Precisava e devia fazer algo. – E fez. Massageou. Passou creme. E pôs em
prática demais receitas ouvidas, assistidas e pensadas. Empregando todo o dia
ou a maior parte deste, procurando remove-la ou de algum modo oculta-la.
– Tudo em vão. Como confirmou na aurora seguinte em frente ao espelho. Ela estava ali fixa e resistente ainda maior agora e mais impertinente que antes. Para sua inútil preocupação e desespero sua fiel companheira permanecia consigo, mais do que era de gosto seu como proprietário.
– Tudo em vão. Como confirmou na aurora seguinte em frente ao espelho. Ela estava ali fixa e resistente ainda maior agora e mais impertinente que antes. Para sua inútil preocupação e desespero sua fiel companheira permanecia consigo, mais do que era de gosto seu como proprietário.
Já
não havia o que fazer precisava tomar uma medida um pouco mais brusca. – E
tomou. Espremeu-a, descontando toda sua raiva e ódio. – E outra fez em vão.
Como resultado viu-se pior do que antes com aquilo inflamado e protuberante lhe
parecendo em sua visão exagerada uma nova cratera descoberta na lua.
–
Permaneceu ali estático e por um tempo. E por fim resignado e sem ter o que
fazer com ela. Preparou-se e saiu para o fatídico encontro. Já atrasado por
sinal, pois o tempo e a preocupação em demasia dedicados com a espinha, fizeram
com que ele perdesse mais tempo do que convinha e tinha para a ocasião.
E
logo o amor que se existia estava principiando num tenro arraigar de raízes.
Não resistiu a tempestade e caiu ao primeiro vento de palavras ásperas:
– Estou a vinte minutos esperando. Disse ela quando o viu. – E essa vermelhidão em seu rosto só pode ser por que estava com outra. - Acrescentou já se alevantando.
– Estou a vinte minutos esperando. Disse ela quando o viu. – E essa vermelhidão em seu rosto só pode ser por que estava com outra. - Acrescentou já se alevantando.
Desta
forma, antes que ele pudesse dizer algo, ela já estressada pelo tempo de
espera. Bateu a xícara vazia na mesa. Pegou a jaqueta e lançou ao ombro.
Tendo o cuidado de antes de sair, lançar nele um olhar de reprovação e proferir
as seguintes palavras:
– Eu odeio esperar.
– Eu odeio esperar.
E
assim nosso personagem que mal havia chegado ergueu-se pouco depois e também
saiu. Com o rosto desanimado contemplou-se a caminho de casa em uma vitrine
qualquer, e viu que a espinha já tinha quase desaparecido da face por completa.
E logo, bem menos abatido.
Voltou mais aliviado para casa.
Voltou mais aliviado para casa.
Para contato com o autor: ramiresfacine@outlook.com
Oi, Ju! Gostei do conto, agora teve uma coisa que me incomodou um pouco: a pontuação. De qualquer forma, acho que a autora tem potencial, ele só precisa ser mais trabalhado :)
ResponderExcluirBeijos,
www.naestradadafantasia.com
Olá, Mari!
ExcluirEu esqueci de pedir a autorização do autor para fazer essas pequenas alterações, rs.
Até mais.
Gostei do conto. Histórias do cotidiano me fascinam.
ResponderExcluirhttp://www.jj-jovemjornalista.com/
Olá!
ExcluirExiste uma certa beleza no cotidiano.
Cada momento dá um belo conto, nós é que na correria não percebemos.
Abraços.
conto bem legal e engraçado gostei muito
ResponderExcluirbeijos
www.estilopropriobysir.com
=)
ExcluirAté mais.
Oi, Juliana
ResponderExcluirNossa, o que pode fazer uma espinha! hahahaha
Ainda bem que nunca tive esse problema, mas deve ser horrível quando aparece uma espinha daquelas em um dia importante!!
Beijo
- Tamires
Blog Meu Epílogo | Instagram | Facebook
Olá!
ExcluirEu tive/ tenho, mas espinhas são o terror da adolescência, haha.;
Abraços.
Nem me fale de espinhas! hauahuahuah
ResponderExcluirGostei do conto!
Bjinhos
JuJu
As Besteiras Que Me Contam
Haha, por um mundo sem espinhas \o/
ExcluirObrigado a todos que leram e que apreciaram o conto. Obrigado também a atenciosa administradora do blog, por ela ter feito a postagem.
ResponderExcluirAbraço.
Ramires Fascine!
Agradeço a disponibilidade do conto ;)
ExcluirAté mais.