01/01/2016

Economista ou Escritora?


Quando eu tinha 8 anos de idade, ganhei minha primeira e única máquina de escrever. Estava empoeirada na mudança de minha tia que havia acabado de se separar. Acabou o matrimônio, mas o que restou foi uma casa cheia de objetos velhos que aparentavam não ter sentido algum ali. E ali, bem no meio de tudo aquilo, a velha máquina de escrever verde.

Lembro-me que ela possuía apenas duas cores de tinta. Preta e vermelha. E embora já estivessem quase tão secas de tanto serem utilizadas, foram úteis. Durante um tempo. Nunca foi uma questão de escolha para mim, mas em meu íntimo, sempre gostei de contar histórias. E estórias. Criava monstros em minha mente. Situações engraçadas e ficava rindo sozinha pela casa com meus próprios diálogos.

Cheguei a achar que era louca, isso sim. Mas descobri que todo mundo possui um pouco de loucura, até mesmo em sua sensatez. E escrevia. Para ser menos louca perante eu mesma. Por gostar do som que as teclas faziam quando eram apertadas. Pela curiosidade. Por querer colocar para fora de mim aquilo que em mim habitava e eu já não mais aguentava.

Na mesma época, ainda com 8 anos, uma vez ouvi me dizerem que a maneira como eu guardava cada centavo que eu ganhava, era bem interessante. Não me chamaram de mesquinha, pois eu tinha apenas 8 anos da vida e nem possuía a consciência ainda do que significava ter uma vida. Mas ouvi dizerem que eu seria uma grande "Economista", se continuasse daquele jeito. Aceitei a ideia de bom grado. Embora hoje eu entenda que se o critério fosse esse, eu não seria uma boa Economista nem em outra dimensão.

Guardei, por muito tempo, todos os universos que apareciam dentro de mim. Alguns deles, até cheguei a passar para o papel. Eu sempre tratava como uma brincadeira de criança colocar para fora o que a mente já não suportava mais segurar. E durante muito tempo, com meus textos singelos, sempre continuei escrevendo e estudando. Escrevendo, pois meus problemas internos eram tão intensos naquela época, que este foi meu remédio contra uma possível depressão.

E estudando, para ser a Economista que eu acreditava querer ser. E em meu íntimo, eu sei que quero ainda. Mas, desta vez, é por um chamado diferente: gosto de conhecimento. E não quero terminar esta vida sem antes ser a Economista que um dia eu pensei que poderia ser. Mas, demorei a aceitar essa verdade: a minha vocação sempre bateu mais forte. Eu quero ser uma contadora de histórias. E estórias.

Demorei a aceitar que não importa o quão mísero seja o dinheiro que vou ganhar com isso. Não! Ganhar dinheiro é importante, mas ter a satisfação pessoal de fazer aquilo que ama, dinheiro nenhum pode comprar. Quero ser uma escritora, melhor do que já fui em toda a minha vida. Esse é o chamado que recebo dentro de mim. Só sei que meu coração me diz para onde ir. E é pra lá que eu vou!

Feliz Ano Novo! 

Juliana Rodrigues. 

16 comentários:

  1. Vc sempre teve a vocação de ser uma escritora, e sempre será. Um feliz ano novo pra vc nunca desista dos seus sonhos, pois vc nos motiva a seguir os nossos.

    Sou grande fã do seu trabalho. Amo tudo tudo que vc posta.

    Bjoooooooossss

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    1. Olá!

      Muito obrigada ♥
      Poxa, assim me sinto até mais motivada! heheh.

      Até mais, beijos.

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  2. Você está certa Juliana! Na verdade, eu acho que a escolha da profissão é umas das escolhas mais importantes de nossas vidas para deixar que outras pessoas escolham por nós! Somos nós quem devemos estar satisfeitos com aquilo que fazemos. Eu estudo Direito e me sinto muito realizada pois é o que sempre sonhei,meu pai tinha aquela leeve vontade que eu seguisse a carreira de Medicina hahah mas eu não tenho a mínima vocação e ele claro sempre respeitou e me apoiou, graças a Deus. Sucesso na sua caminhada!

    blogilumiinar.blogspot.com.br

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    1. Olá!

      E você está certa! Não adianta fazermos algo pensando apenas no retorno financeiro, sem levar em consideração que nossa satisfação pessoal é o que nos mantém vivos.

      Faça aquilo que a sua vocação pede, e seja feliz! Heheh.

      Abraços.

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  3. Que texto lindo. Só por ele já dá pra saber que está no caminho certo. Que continue!

    Parabéns e sucesso!

    Bjs
    Um Amor de Livro

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  4. acho que alguém aqui estar destruído com esse texto,mim ensina como escrever assim? <3 <3

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  5. Que texto maravilhoso, parabéns, você está no cominho certo, continue assim.
    Beijos

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  6. Eu sempre me achei professora, mas cada vez mais tenho notado que a minha essência é dividida: 50% professora, 50% escritora (e 100% sonhadora!).
    Espero que você tenha sucesso na escrita, porque todos nós que te lemos, sabemos do seu talento! :D

    Um 2016 dos seus sonhos para você!

    Beijos,

    Algumas Observações

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    1. Oii, Fê!

      Pois é, e você está seguindo muito bem as vocações, haha.

      Muito obrigada! :D ♥

      Abraços.

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  7. Olá , tudo bem ??? Encontrei seu blog, enquanto estava navegando pela internet e amei, já estou seguindo ele !!! Amei seu texto. Quero te apresentar o meu também : www.blogmariviana.com.br . Ele completou 4 anos no mês passado . Se quiser me encontra no Instagram é blogmariviana e o snap blogueiramari . !!!! Beijinhos, sucesso p você , que vc consiga realizar todos os seus objetivos.

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    1. Oii! Muito obrigada, Mari.

      Pode deixar que irei visitar o seu e seguir de volta.

      Abraços!!!

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  8. Com um texto desse já dá até pra ver de onde vem a vocação...
    Quero autógrafo no meu exemplar quando escrever seu best-seller hein haha
    Beijos!

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    1. Oii, Carla!

      Aaaaaah, que comentário lindo ♥
      Muito obrigada! E você ganhará seu autógrafo com direito à dedicatória especial, heheeh.

      Abraços.

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