06/08/2015

Primeiras impressões sobre O Lago Negro de Juliana Daglio


Faz pouco tempo que conheci a Juliana (belo nome, por sinal), e seu primeiro livro, Uma canção para a libélula. Sabe aquele livro que atrai pela capa e título, e acaba te prendendo pela trama? Pois então! Mas deixando a libélula de lado, vou falar sobre as primeiras impressões que tive sobre o próximo lançamento da Ju, O lago Negro, em breve, pela Editora Arwen. 

Ela enviou por e-mail as 20 primeiras páginas (Capa + dedicatória + prólogo + capítulo 1) do mesmo, à mim e muitos outros blogueiros que toparam fazer parte desse desafio: ler o início do livro, e fazer uma pequena resenha sobre o que achou e suas expectativas para o restante. 

Sem mais delongas, vamos ao que interessa. 

De início, somos apresentados ao clima sombrio e gótico do prólogo. Pareceu-me um cenário frio e distante, por se tratar de um sonho. O protagonista estava sonhando, dentro da mente de V. Entre o diálogo dos dois - desde o início, quando ela se pega surpresa por ele ter voltado para encontrá-la, até o desenvolver da cena -, tive a impressão de que eles são amigos de longa data. Ou, quem sabe, um casal de namorados que tiveram seus destinos separados, encontrando-se uma vez mais em um sonho. 

Uma lembrança. Um delírio! 

           - Qual a cor dos olhos das outras garotas com quem você sonha? - perguntou-me com a voz monocórdia.
             - Não sonho com outras garotas. 
             - Não minta. 
             - Eu nunca mentiria para você. 

 O diálogo torna-se confuso, misterioso. Embora possa causar uma leve confusão para o leitor, notamos que o mistério se apossará desse livro intensamente, e todos os detalhes serão melhor explicados. Mas nada entregue tão facilmente assim!

V transforma-se bem diante dos olhos do narrador. Tornou-se uma criança novamente, uma pequena garotinha (agora com os cabelos mais claros) indefesa. O narrador também rejuvenesce, o que nos leva à possibilidade dos personagens se conhecerem desde que são crianças.

             Eu amava aquela garota, só conseguindo sentir isso de verdade quando estava sonhando. 

Ela diz que ele deverá encontrá-la. V não pode dar explicações suficientes para ele agora, mas ele alega que nem a conhece. Ou será V um delírio de sua mente? O prólogo nos instiga por não sabermos qual a ligação entre os dois personagens.

De forma sutil, o Lago negro é introduzido ao livro. É apontado em uma citação ou outra, sob o olhar atento do narrador que faz uma metáfora entre os olhos dela (ondas calmas refletidas diretamente nos olhos dela). Ondas calmas de um lago muito tempestuoso.

O que é o lago negro, afinal?

Muitas dúvidas e incertezas surgirão no decorrer desse prólogo muito bem elaborado e escrito. E mesmo com diversas perguntas formulando em sua mente, acredito ser esse o propósito do livro: prender a atenção pelo mistério, e ir desvendando aos poucos cada dúvida formulada.


O capítulo 1,é mais pesado, num lugar escuro, sujo e temivelmente mórbido. Narrado por Verônica (que posso super pelo óbvio, que ela é a nossa querida V do prólogo), que logo de cara faz uma breve reflexão sobre a linha tênue que separa a loucura da sanidade. Que nós, humanos, possuímos a ilusória sensação de que temos poder sobre nossa mente.

              A mente. Algo indubitavelmente incontrolável, mas que insistimos em dizer dominar. 

Verônica se diz estar no meio da linha. Em um local dividido entre um lago negro, um porão empoeirado, e um bebê a lhe encarar. Ela está presa no porão, lamuriando-se por ter passado boa parte de sua vida fazendo as perguntas erradas, sem obter resposta.

Sua mente está entrando em conflito. Já está se tornando difícil para ela encarar suas memórias como realmente lembranças, ou tudo aquilo não teria passado de ilusão? Na realidade, a personagem deseja que suas memórias sejam um delírio. Como uma compensação pela vida que lhe foi negada (Ela não teve a vida que gostaria? O que lhe foi tirado?).


Verônica teme por sua vida. Está em perigo, presa, e sabe que em breve poderá não estar mais ali. Grava uma mensagem em seu celular. Para quem o encontrar, avisar sua mãe que ela se foi em paz. A porta é aberta, um homem aparece, e toma em suas mãos Lizandra (o bebê). Em seguida, V atinge o chão, e tudo fica escuro. 

Não sabemos se a personagem está viva, ou não. E aí, inicia-se a segunda parte do primeiro capítulo. Meses antes, quando Verônica passa em jornalismo na universidade de Lagoana, uma cidade pequena e não muito hospitaleira. Além do clima disperso em mistérios. 

Acompanhada de seu namorado, Enzo, eles procuram pela Vila dos Universitários. Nessa parte do capítulo, a narrativa passa a ser menos sombria e mais voltada para a descoberta (novas amizades, cidade nova, universidade nova). Gostei da forma como essa diferença de clima foi abordada, e fiquei apenas na curiosidade para saber como Verônica encontrará o Lago Negro, qual a sua reação importância, e quais os acontecimentos que a levarão a ser trancafiada no porão. 

Aguardo ansiosamente a publicação do livro para desvendar, de uma vez por todas, esses mistérios. 
Sobre a autora, você pode conhecer mais em seu facebook particular (clique onde está em negrito), ou mais sobre o livro aqui: Skoob O Lago Negro
E, claro, não deixe de conhecer também Uma canção para a libélula

Até a próxima, e curta Ser Escritor(a) =) 

14 comentários:

  1. Caraca! Já amei esse livro só pela capa e pelas suas impressões do primeiro capítulo. Adoro histórias assim, cheias de mistério :)
    Fiquei ansiosa para ler!

    Beijos,
    www.naestradadafantasia.com

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    1. Ei, Mari!

      Essa capa é encantadora, não? Além de remeter muito o livro e seu aspecto sombrio, hehe.

      Até mais.

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    2. Ei, Mari!

      Essa capa é encantadora, não? Além de remeter muito o livro e seu aspecto sombrio, hehe.

      Até mais.

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  2. Deve ser um livro que prende, porém sombrio né?
    Eu gosto!

    http://www.jj-jovemjornalista.com/

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    1. Olá!

      Com toda certeza esse livro é assim. Instiga a curiosidade, e permite mergulhar fundo na mente.

      Até mais.

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  3. O fato de já ter lido outra obra da autora facilita o sentir de único capítulo de um outro trabalho. Mas, o que importa mesmo é a gente ler e gostar do que lê.
    Cadinho RoCo

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    1. Olá!

      É exatamente isso. O que importa, é estar diante de um livro bem escrito e que prenda a atenção.

      Abraços.

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  4. Juuu!!! Sua linda!!
    Obrigada pelo texto tão bem feito e tão cheio de carinho :D
    É uma honra e um prazer poder encontrar leitoras como você pra entregar um pedacinho de mim, que é o livro. Espero que possa ler todo ele em breve!!

    Beijooos!!

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    1. Oii, Juu!

      Estou esperando ansiosamente para começar a pré-venda do livro! Hahah, sinto cheiro de best seller vindo por aí, hein?

      Abraços.

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  5. essa capa é muito linda, sério eu amei essa capa, já me deixou curiosa por isso, e claro pela sua impressão, e deve ser um desafio difícil ler as primeiras páginas e dizer sua impressão neah? amei seu blog e estou seguindo beijos http://www.blogdaxavier.com.br/

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    1. O difícil do desafio, é ler só o começo e ficar na curiosidade para o restante.
      Capa linda, né?

      Até mais.

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  6. Olá Juliana!
    Comecei a escrever um livro, e como meu sobrenome é Dálio, e eu ouvi dizer pela moça da secretaria da cultura aqui na cidade que quando meus parentes vieram pra cá, se escrevia D'agglio, e eu coloquei esse sobrenome no meu personagem, quem sabe não sejamos parentes? :v

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  7. Oi Juliana. Tudo bem?
    Vi esse livro num outro blog e me apaixonei de cara por essa capa. É muito perfeita. A capa faz pelo menos 50% do trabalho para que eu me interesse por um livro. E além disso, a premissa é muito legal. Adoro livros cheios de mistérios. Sempre fico curiosa. E os quotes que você destacou foram ótimos. Adorei.

    Super beijo, querida.
    Luana
    http://www.psicoseliteraria.com/

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    1. Olá, Luana! Tudo bem?

      A capa é linda mesma. E realmente, foi o fator que atraiu a minha atenção. O livro entrará em pré-venda daqui duas semanas.

      Até mais, querida!

      Juliana.

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