Hoje faz 51 anos desde que Cecília Benevides de Carvalho Meireles (sim, eu pesquisei o nome completo no Wikipédia.), deixou nosso mundo. Ela, que foi - e ainda é - um dos grandes nomes da literatura nacional, minha Musa inspiradora em poemas, dona de uma sensibilidade admirável sobre o mundo.
Para quem já teve a sorte de se deliciar com um de seus poemas, entende a leveza à alma que boa parte deles trazem. Alguns, podem até mesmo nos levar à reflexão e a pensamentos tristes pela profundeza de significados que carregam, mas todos, são especiais a seu modo.
Quer conhecer um pouco do trabalho dela? Selecionei meus poemas favoritos para vocês!
Pássaro da Lua
Pássaro da Lua,
que queres cantar,
nessa terra tua,
sem flor e sem mar?
Nem osso de ouvido,
pela terra tua.
Teu canto é perdido
pássaro da lua...
Pássaro da lua,
por que estás aqui?
Nem a canção tua
precisa de ti.
Cântico VI
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então, serás eterno.
Retrato
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cântico XIII
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cântico II
Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens.
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabes que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade.
És tu.
Gostaram? Já conheciam algum poema de Cecília Meireles? Quero saber o favorito de vocês, hein!
Até a próxima, Ju Rodrigues.
Amo essa escritora.
ResponderExcluirConheci melhor na faculdade de Letras e sempre me encanto com seus escritos.
Muito bom vê-la aqui.,
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
Ela é uma diva <3
ExcluirAbraços.
Mui belo Juliana. Toda poesia é átomo de vida.
ResponderExcluirConcordo plenamente! ;)
ExcluirAbraços.
Uma grande autora. Palmas para a literatura nacional!
ResponderExcluirhttp://jj-jovemjornalista.blogspot.com.br/
Uma das melhores! rs
ExcluirAbraços.